NEUSA VIEIRA LIMA FAZ RESENHA
(Foto ilustrativa do acervo de O Escritor na Livraria)
(2019nov08).
Depois de um tempo longe, mas não distante, volto hoje a escrever para
amigas e amigos e a um amigo em especial, Antônio Francisco Saracura.
Não sou crítica de literatura. Literatura tem de mexer com o tempo; de
fazê-lo palpável, presente, feito de assombrações diáfanas, no preenchimento de
espaços não vividos, nos convidando à viagem pelas mesmas estradas a serem
descobertas pelo "Pássaros do Entardecer".
Amigo Saracura, seu livro, "Pássaros do Entardecer," vem
ratificar todo mistério do que é ser verdadeiramente escritor. Ser escritor é
saber ver tempos, cheirá-los, misturar-se a sua poeira, vestir-se das roupas
dos seus personagens se remendadas ou não; amaldiçoar Sol em céu sem nuvem;
aplaudir enchentes na derrubação de casas feitas a sopapo; contemplar de
cócoras, a brotação da semente que vingou; pegar, sem medo, mala das oropas no
enfrentamento do desconhecido.
Obrigada, por me apresentar a Zé de Ulisses e ao cordelista Omerin. Não
sei se percebeu, mas tem muito dos dois em você: do Zé de Ulisses carrega a
inquietação emaranhada na alma de escritor; do Omerin a descoberta da palavra
que acomoda todo o mundo em parágrafos enfeitados por períodos.
Louvo o Pai. Louvo o Filho.
Louvo Antônio Francisco de Jesus Saracura, pela ponga permitida nesse caminhão
de Pássaros do Entardecer, que me fez mais saber dos filhos da Terra Vermelha
que, se não tivessem a comichão desses pássaros abrindo asas ao sol depois da
farinha feita, não seria Itabaiana, a Cidade dos Caminhoneiros.
Amigas e amigos de Itabaiana e arredores, o "Pássaros do
Entardecer" faz de vocês o ponto de chegada. Vamos recebê-lo com
agradecimento e aplauso ao grande escritor da nossa terra, Antônio Saracura.
(Neusa Vieira Lima: “Carta a
minha mãe que não sabia ler” e “Não é
hora de correr para a caverna”).

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