CLEIBER
VIEIRA FALA DE PÁSSAROS
Pássaros do entardecer,
a mais recente obra do contista, ficcionista e romancista Antônio Francisco de
Jesus Saracura, traz sonoridade expressiva e belíssimas figuras de linguagem,
cujo universalismo revela os costumes do povo da zona rural de Itabaiana, em um
estilo universal.
Carrega no seu bojo, aspectos do realismo, e costumes e
conflitos, afirmando a supremacia dos fenômenos objetivos e sobre as
experiências subjetivas do homem da microrregião do agreste sergipano,
penetrando na estrutura essencial das personagens, tendo como alicerce obras de
escritores do século XIX, a exemplo do russo Nikolai Gogol, do francês Gustave
Flaubert e ainda do realismo kafkiano, romancista e não filosófico,
guardando-se o abissal distanciamento. Talvez tudo isso se apresente ao
escritor inconscientemente, ainda que seja lembranças de leituras e vivências
passadas.
No
Brasil, o principal representante do realismo foi o poeta e romancista Machado
de Assis. Nele o realismo realizou-se com perfeição, principalmente em memórias
Póstumas de Brás Cubas (1881). O outro, mais recente, é Graciliano Ramos, que
fez opção crítica pelo realismo e pela tradição clássica da língua
portuguesa.
Saracura
torna-se, com esta obra, o mais importante representante da estética realística
da atual literatura sergipana por nos mostrar em sua obra como um todo,
alegorias religiosas, psicológicas, sociológicas e políticas fortes. Recomendo
a leitura.
Meu
abraço e meu respeito!
(Cleiber
Vieira é presidente da Associação Sergipana de Imprensa e da Academia Maçônica Sergipana
de Letras Ciências e Letras).

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